Psicomotricidade


Pudemos observar a importância da psicomotricidade na educação através do desenvolvimento corporal da criança por meio de atividades de artes, de recreação, jogos, brincadeiras, músicas. Verificamos a diferença de habilidades comparando uma criança com mais contato com atividades psicomotoras com uma criança que não tem, essa criança com mais contato tem um equilíbrio, desenvoltura e habilidades superiores comparados com aquela que não tem contato com atividades psicomotoras.
De acordo com COSTE (1992) explica que “a criança representa os detalhes corporais acessíveis à sua percepção, à sua experiência e as suas possibilidades exploratórias: cabeça, pernas, braços, tronco, pormenores do rosto, vestuário. As mãos e seus detalhes, o número correto de dedos, também são levados em conta, assim com os elementos funcionais marcados, quais
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¹ - Artigo apresentado na Disciplina de Estágio Curricular IV ao Curso de Graduação em Pedagogia Licenciatura – EAD da Universidade Luterana do Brasil, como requisito parcial para conclusão de Curso.

sejam, as narinas, as pupilas, as orelhas”, portanto as atividades psicomotoras propiciam experiências que auxilia para essa descoberta tendo como partida o próprio corpo da criança em movimento.
            Tivemos a oportunidade de desenvolver atividades psicomotoras no decorrer dos estágios e acompanhamos nesse período o desenvolvimento e desenvoltura de crianças que não socializavam com os colegas, aos poucos ao sentirem seguras, interagirem com os demais, conquistando assim seu espaço e sua individualidade no ambiente escolar.
 Este artigo tem como objetivo destacar o que é psicomotricidade, seu papel no desenvolvimento psicomotor como suas áreas para facilitar a compreensão do educador propiciando uma facilidade para melhor desenvolvimento de atividades psicomotoras em sua sala de aula aprimorando as habilidades corporais e intelectuais de seus educandos.  

Palavras chaves: Psicomotricidade. Desenvolvimento motor. Áreas psicomotoras.

O QUE É PSICOMOTRICIDADE?
            Psicomotricidade é a junção de duas palavras, ‘psico’: (Gr. Psique) que significa alma, espírito, intelecto, e ‘motricidade’: sua definição é a propriedade que tem determinadas células nervosas de comandar a contração muscular, portanto podemos dizer que psicomotricidade é fusão entre corpo e mente.


 “Psicomotricidade é uma ciência-encruzilhada ou, mais exatamente uma técnica em que cruzam e se encontram múltiplos pontos de vista, e que utiliza as aquisições de numerosas ciências constituídas (biologia, psicologia, psicanálise, sociologia e lingüística).” (Jean-Claude Coste, 1992. pg.09)
           

Para a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (SBP, 1995) a define como “uma ciência que tem por objeto o estudo do homem, através de seu corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno e externo”.
Em outras palavras, psicomotricidade se relaciona com maturação do corpo com movimentos progressivos e contínuos com aquisições cognitivas, emocionais e orgânicas.

DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR

            Desenvolvimento psicomotor abrange a aprendizagem da criança através de etapas realizadas por meio de percepções, ritmo, atividades corporais, dramatizações, jogos, brincadeiras;
            Segundo Barreto (2000), “O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas na aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcionalidade, da lateralidade, e do ritmo.” A criança deve vivenciar seu desenvolvimento corporal quanto ao corpo e movimento de acordo com sua faixa etária, cultura e interesse.
Na visão construtivista do desenvolvimento motor, Jean Piaget dedicou grande parte de sua obra à pesquisa do desenvolvimento da inteligência da criança, partindo de suas experiências, classificou este desenvolvimento em quatro estágios:
a) Sensório-motor, o crescimento intelectual é evidente nas ações motoras e sensoriais da criança. É a fase em que aprende a andar pegar objetos, a utilizar as mãos.
(b) Pré-operacional, fase que se caracteriza pela expansão das representações mentais e pelo rápido crescimento da linguagem. No final do período pré-operacional, as crianças dominam considerável quantidade de representações e símbolos, entretanto os usam de uma maneira que mostram não compreenderem ainda as relações entre eles.
c) Operacional concreto inicia-se por volta dos cincos aos setes anos e estende-se até a adolescência. Esse período caracteriza-se pela compreensão de relações e raciocínios lógicos.
d) Inicio da adolescência o período das operações formais, passa a ser capazes de lidar com problemas que não dependem de instâncias concretas, elaboram hipóteses, raciocinam a partir de afirmações fictícias e imaginam soluções alternativas que não existem na realidade.
            Nesse sentido, vemos a importância de jogos e brincadeiras pedagógicas que facilitam o desenvolvimento da inteligência quanto motor.

1.1.        ESQUEMA E IMAGEM CORPORAL

            Esquema corporal está intimamente ligado à imagem do corpo, mas sua estrutura ocorre da maneira do uso que fazemos com suas partes, portanto esquema corporal expande-se mais voltada para o desenvolvimento corporal em maior destaque quanto à motricidade e sensorialidade do corpo. Ou seja, experiências que acontece com a criança através de sensações e de seu corpo como: andar, agachar, correr, pular, manipular diferentes objetos e texturas.
Imagem corporal é a representação mental do corpo que fazemos para nós mesmos com experiências vividas, da maneira de agir, sentir e pensar.

   “Assim a imagem do corpo não é somente o que o sujeito integra progressivamente, no decorrer de suas relações com o mundo e o transcurso de sua maturação, mas também, e, sobretudo, o que o universo da linguagem em que ele vive modela e lhe permite denominar”. (Jean-Claude Coste, 1992)

            A colunista Inara Silva de Moura explica: “o esquema corporal é construção mental funcional que o indivíduo faz de seu corpo, enquanto que a imagem corporal é a representação mental do corpo relacional que deve a sua estruturação à vivência afetiva“, portanto esquema e imagem corporal embora sejam distintos estão interligados.

2.     ÁREAS PSICOMOTORAS

2.1.        LATERALIDADE
Diz respeito à lateralidade a percepção dos lados, esquerdo e direito quanto aos seus equilíbrios, desenvolvimento e experiências com sua desenvoltura sejam desiguais ou não. O ser humano domina melhor um lado do corpo, ou seja, um lado dominante que apresenta mais força, rigidez e precisão, que realiza uma ação principal, embora definitivamente os lados não trabalhem isoladamente como, por exemplo: lavar um prato, vestir e abotoar uma camisa, pregar um botão.
Atividades psicomotoras como pular de um pé, jogar com uma mão, segurar um objeto primeiro com um lado e depois com o outro ajuda no desenvolvimento do equilíbrio entre os lados. Atividades que desenvolvem a lateralidade variam deste jogar uma bola com as duas mãos, depois com a esquerda ou direita como fazer uma fila com uma mão (esquerdo-direita) na cintura e outra na cabeça, cumprimentar o colega sempre com a mão direita, segurar o nariz com a mão esquerda..., atividades simples que enriquecem o reconhecimento e destaque entre os lados principalmente em crianças de Educação infantil.

2.2.        ORIENTAÇÃO
                Orientação ou estruturação espacial/temporal é importante para a criança no processo de adaptação ao ambiente, já que correspondente à organização intelectual ligada a consciência, a memória e as experiências vividas por ela.
-Estruturação espacial: é a orientação do mundo exterior a partir do EU e depois em relação com os outros objetos e pessoas, é a consciência da relação com do corpo com o meio. Uma atividade proposta na Educação Infantil foi onde o educando carregava uma tampa de garrafa pet na palma da mão com o braço esticado deveria andar sobre a linha ao comando do educador, ora mãos na frente do corpo e ora ao lado do corpo desenvolvendo habilidade de equilíbrio como noção espacial tendo o corpo como referência.
-Estruturação temporal: é a capacidade de avaliar o tempo dentro da ação, organizar-se a partir do próprio ritmo, situar o presente em relação a um antes e depois, é avaliar o movimento no tempo, distinguir o rápido e o lento. Atividade conhecida como ‘Brincadeira Cantada” é ótima para desenvolver habilidade de ritmo, memória, movimento e música. A música ‘palminhas, palminhas’ por exemplo, exercita ritmos lentos e rápidos como fortes e fracos, os educandos apreciam e participam bem desta brincadeira.

2.3.        COORDENAÇÃO MOTORA
A coordenação motora em geral esta instintiva e ligada ao desenvolvimento físico.
            A coordenação motora esta subdividida em:
COORDENAÇÃO MOTORA GLOBAL, GERAL OU GROSSA: envolve movimentos amplos de todo o corpo para a movimentação mais complexas como correr, saltar, andar, rastejar, engatinhar, etc.
COORDENAÇÃO MOTORA FINA OU VISOMANUAL: engloba movimentos com capacidade de controlar pequenos músculos para atividades refinadas utilizando dedos, mãos e pulsos. Exemplo: recorte, colagem, encaixe, escrita, dobradura, pintura, etc.
COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL: o papel que esta atividade pode desempenhar na ligação entre o campo visual e a motricidade fina da mão e dos dedos. Na coordenação entre espaço sinestésico e espaço visual, o arremessar e o apanhar são atividades maiores e de grande alcance educativo.
            Artes visuais e Movimento têm conteúdos que auxiliam o educador com atividades que ampliam o desenvolvimento de motricidade motora como atividades que variam deste imitar um animal utilizando o corpo em seu movimento a uma pintura com tintas com os dedos ou simplesmente montar um prédio com blocos lógicos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
            O curso de Pedagogia como os seus estágios tiveram grande importância para nosso desenvolvimento profissional, pois ampliou nossos conhecimentos como nos deram a oportunidade de vivenciar e praticar o que aprendemos no decorrer de todo o curso. Aprendemos conceitos fundamentais para um melhor desenvolvimento do educando no ambiente escolar e que muito nos auxiliaram para que a realização dos estágios fosse bem elaborada e os objetivos fossem alcançados. 
Como sabemos, o homem comunica não somente por palavras que chamamos de linguagem verbal, mas, também com todo o seu corpo pelo seu caminhar, gestos e olhares que conhecemos de linguagem corporal. E é nesta forma de linguagem que desenvolvemos nossos estágios voltados para a área da psicomotricidade. Com jogos, brincadeiras, músicas e movimentos.
            Uma forma comum de desenvolver psicomotricidade num ambiente escolar é por meio de jogos e brincadeiras, pois é através deles que a criança socializa, expressa, desenvolve seu equilíbrio, coordenação motor, seu esquema corporal além de habilidades psicomotoras.

“As brincadeiras são uma forma de expressão cultural e um modo de interagir com diferentes objetos de conhecimento, implicando o processo de aprendizagem. Tendo em vista esse conceito, percebemos que o ato de brincar acompanha o desenvolvimento da inteligência, do ser humano, da sociedade e da cultura.” (Daniel Silva/Max Haetinger. 2008 p.114)

           
Para Stant (1985), “se observarmos uma criança pequena brincando, o crescimento e a aprendizagem desta criança se tornam aparentes.”, certamente no ato de brincar ela utiliza sua personalidade, seu corpo, sua linguagem corporal e verbal, se expressa de diferentes formas alem de compartilhar suas experiências, por isso desenvolve mais e melhor.
Pudemos observar que uma criança quando desenvolve bem a psicomotricidade na Educação Infantil chega ao Ensino Fundamental mais atenta, sociável e sem dificuldades quanto ao traçado de letras e números, como pegar no lápis, de qual lado da folha começa-se a escrever. Isso nos mostra a importância da psicomotricidade na educação.
Algumas das atividades psicomotoras realizadas no decorrer dos estágios II e III, e também citadas neste artigo, foram baseadas nas Teorias e exercícios em Psicomotricidade segundo Sandra Barreto (2009), pois nos deram uma base do que procurávamos para melhor ampliar e desenvolver habilidades psicomotoras nas turmas estagiadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:     

SILVA, Daniel Vieira da; HAETINGER, Max Gunther. Ludicidade e Psicomotricidade.– Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2008

OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico – Petrópolis, RJ: Vozes, 1997

STANT, Margaret. A criança de 2 a 5 anos, Atividades e materiais. Trad. de Maria Murray, Rio de Janeiro, F Alves, 1985, 2ª Ed.

COSTE, Jean-Claude. A psicomotricidade. Trad. de Álvaro Cabral, 4ª ed. Rio de Janeiro:
 Guanabara Koogan, 1992.

HTTP://www.educaçãofísica.com.br/colunas-mostra-artigo-colunista Inara Silva de Moura, postado em 02/04/2009 e capturado em 06/12/2009.